Secção 5: O QUE DISSE O TROVÃO
V. O QUE DISSE O TROVÃO Após a luz de rúbeas tochas em faces suadas Após o silêncio gélido nos jardins Após a agonia em lugares pedrosos O alarido e o choro Prisão e lugar e reverberação Do trovão da primavera sobre distantes montanhas Aquele que estava vivo jaz agora morto Nós que estávamos vivos agora agonizamos Com um pouco de paciência Aqui não há água, mas apenas rocha Rocha e sem água e a estrada de areia A estrada sinuosa acima entre montanhas Que são montanhas de rocha sem água Se houvesse água, deveríamos parar e beber Entre a rocha não se pode parar ou pensar O suor está seco e os pés sob a areia Se houvesse apenas água entre rochas Boca de montanha de cariados dentes que não pode cuspir Aqui não se pode ficar nem deitar nem sentar Não há qualquer silêncio nas montanhas Mas um trovão estéril e seco sem chuva Não há qualquer solidão nas montanhas Mas escarlates faces sisudas zombam e rosnam De portas de casas enlameadas ...