Quem caminhou entre o violeta e o violeta
IV
Quem caminhou entre o violeta e o violeta
Quem caminhou entre
As várias fileiras de variados verdes
Quem caminhou entre o violeta e o violeta
Quem caminhou entre
As várias fileiras de variados verdes
Usando o branco e azul, as cores de Maria,
Falando de coisas triviais
na ignorância e má consciência da dor eterna
Quem se moveu entre os outros enquanto caminhavam,
Quem fortaleceu as fontes e refrescou as
nascentes
Esfriou a seca rocha e tornou firme a areia
Numa esporeira azul, azul da cor de Maria,
Sovegna vos
Aqui estão os anos que caminham entre eles, carregando
Longe os violinos e as flautas, restaurando
Aquele que mal move o tempo entre o sono e a vigília,
vestindo
A luz branca em dobra, envolvendo-a, dobrada.
O ano novo caminha, restaurando
Através de uma nuvem brilhante de lágrimas, os anos, restaurando
Com um novo verso a antiga rima. Resgatai
o tempo. Resgatai
A visão não lida no sonho superior
Enquanto unicórnios de jóias puxam o dourado carro fúnebre.
A irmã silenciosa velada em branco e azul
Entre os teixos, atrás do deus do jardim,
Cuja flauta é ofegante, inclinou a cabeça e assinou, mas
não disse palavra
Mas a fonte brotou e o pássaro cantou
Resgatai a melodia, resgatai o sonho
O sinal da palavra não ouvida, não dita
Até que o vento arranque mil sussurros do teixo
E após este nosso exílio
ASH-WEDNESDAY, 1930
T. S. Eliot Complete Poems 1909-1962
Harcourt, Brace & World, 1988.
Versão Portuguesa © Luísa Vinuesa
Falando de coisas triviais
na ignorância e má consciência da dor eterna
Quem se moveu entre os outros enquanto caminhavam,
Quem fortaleceu as fontes e refrescou as
nascentes
Esfriou a seca rocha e tornou firme a areia
Numa esporeira azul, azul da cor de Maria,
Sovegna vos
Aqui estão os anos que caminham entre eles, carregando
Longe os violinos e as flautas, restaurando
Aquele que mal move o tempo entre o sono e a vigília,
vestindo
A luz branca em dobra, envolvendo-a, dobrada.
O ano novo caminha, restaurando
Através de uma nuvem brilhante de lágrimas, os anos, restaurando
Com um novo verso a antiga rima. Resgatai
o tempo. Resgatai
A visão não lida no sonho superior
Enquanto unicórnios de jóias puxam o dourado carro fúnebre.
A irmã silenciosa velada em branco e azul
Entre os teixos, atrás do deus do jardim,
Cuja flauta é ofegante, inclinou a cabeça e assinou, mas
não disse palavra
Mas a fonte brotou e o pássaro cantou
Resgatai a melodia, resgatai o sonho
O sinal da palavra não ouvida, não dita
Até que o vento arranque mil sussurros do teixo
E após este nosso exílio
ASH-WEDNESDAY, 1930
T. S. Eliot Complete Poems 1909-1962
Harcourt, Brace & World, 1988.
Versão Portuguesa © Luísa Vinuesa
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O título corresponde à 1ªlinha do poema. (NdT)